terça-feira, 3 de abril de 2018

Meditação no avião - diminuir a ansiedade e o medo de voar

Eu ADORO viajar. É, sem dúvida, o maior vício da minha vida. Mas confesso que cada vez que tenho que fazer uma viagem de avião tenho um certo receio, há sempre aquele pensamento de "e se acontece alguma coisa?", "sim é o meio de transporte mais seguro, mas...". Este medo tem um nome: aerofobia.
 Finalmente descobri a meditação, e consegui adaptá-la a bordo do avião.


Apesar de viajar ser um dos meus maiores vícios, andar de avião sempre me despertou algum receio. Receio esse que se foi acentuando ao longo do tempo e acabou por se transformar em pânico.
No princípio do ano passado fiz uma viagem ao Brasil que, por ser pouco tempo após a mediática queda do avião onde ia a equipa de futebol do Chapecoense, despoletou em mim vários sentimentos: ansiedade, receio e medo. Cheguei, efetivamente, a ponderar não apanhar o avião e esquecer a viagem. Na ida ainda recorri a medicação ansiolítica (algo levezinho receitado por um especialista - é importante não nos automedicar-mos!) e correu tudo bem, tirando a parte em que apanhámos um poço de ar e aí sim, o meu coração disparou a mil mas, talvez pelo efeito da medicação, consegui controlar-me e manter a tranquilidade! 

Ainda durante as férias, quanto mais próxima da data de regresso e de ir novamente andar de avião, mais ansiosa eu ficava e numa dessas noites tive o meu primeiro ataque de pânico.
Garanto-vos que ninguém gosta de ter crises de ansiedade pelo que representam para si e, claro, para as pessoas que estão a nossa volta que nos tentam ajudar de alguma forma mesmo não sabendo como, mas que infelizmente é algo que não se controla. No meu caso, é uma sensação crescente de que algo de mal vai acontecer, que se reflete no aumento da frequência cardíaca, uma sensação de aperto no peito ou cefaleias intensas, um aceleramento do pensamento que quanto mais tento controlar, mais se intensifica. Muitas das vezes acompanhado de sintomas gastrointestinais.
Foi após essa viagem que percebi que tinha que procurar ajuda. Primeiramente desabafei sobre este meu problema com a minha família e amigos mais próximos (afinal são as pessoas que nos amam que melhor nos podem apoiar). Aceitei a sugestão da minha irmã e recorri a ajuda de uma psicóloga que, no meu caso, não se revelou produtivo, pelo menos não tanto como estaria a espera, Embora confesse que não fui às sessões de forma regular (nós enfermeiros somos pacientes muito complicados).

Comprei o livro Voar Sem Medo, da autoria da psicóloga clínica Cristina Albuquerque que acompanha pessoas com esta patologia há cerca de 20 anos. Aconselho mesmo a compra deste pequeno guia prático, que nos dá dicas muito úteis e de fácil aplicabilidade para que consigamos controlar os nossos medos e receios e manter a tranquilidade a bordo do avião.


Um dos hábitos em que me iniciei este ano foi na prática diária de meditação. É uma área que sempre me suscitou interesse e que, inexplicavelmente (ou porque na vida nada acontece por acaso - eu assim acredito), cada vez mais tem entrado na minha vida, através de pessoas maravilhosas que tenho conhecido ou pela leitura de livros que compro ou me são emprestados/recomendados. Tem-me transformado imenso em várias vertentes, quer pessoais como profissionais, bem como, a vários níveis do emocional, racional, físico e psicológico. É uma aprendizagem gradual e continuará a sê-lo, pois todos os dias aprendemos mais um bocadinho com a prática regular de meditação.

Finalmente decidi seguir o incentivo  da Air-France para que pusesse em prática a meditação a bordo de um avião. Esta companhia aérea tem uma aplicação própria disponível nos ecrãs individuais.
Como nem sempre viajo pela Air France, o que fiz foi adaptar a minha prática de medicação às possibilidades de o fazer sentada num banco de avião, alterando algumas coisas, claro! Começando pela posição de sentada em vez da habitual posição de Lótus, bem como optar por utilizar auscultadores para reduzir a perturbação provocada pelo barulho dos outros passageiros e evitar ouvir os sons (normais, mas que tanto me perturbam) do avião. Não dispenso fazê-lo na descolagem e aterragem, pelo tempo que me for necessário. Depois ao longo da viagem utilizo outras técnicas de distracção, como ler um livro, ouvir música, jogar às cartas ou fazer sopas de letras. O que é certo é que ao, longo do tempo, fui aprendendo a controlar as minhas crises de ansiedade cada vez que voo.


É claro que, se acontece alguma turbulência inesperada, ou cada sinal de apertar os cintos, bem como a descolar e aterrar, sim, ainda sinto algum receio (e acho que irei senti-lo sempre) mas já é algo que consigo controlar, que não me aterroriza nem desperta em mim sintomas incontroláveis a ponto de atrapalhar as minhas férias.
A quem também sofre de crises de ansiedade por medo de voar, aquilo que vos posso dizer é: primeiro procurem ajuda especializada e apoiem-se nas pessoas que vos são próximas. Depois sim, podem experimentar a meditação, não perdem nada em tentar, certo? Mas não se esqueçam que cada pessoa é uma pessoa e que o que resulta comigo pode não ser igual para vocês.

Sorriam e Sonhem Sempre Mais*

4 comentários:

  1. Eu viajo muito, porque estou a residir nos Açores de momento, mas sou de Lisboa e ca da vez mais sinto o meu medo de andar de avião a aumentar. Tenho apanhado viagens terríveis ultimamente, ao ponto de as lágrimas me caírem sem eu dar conta na minha última viagem e temer pela minha vida. Não viajo há quatro meses por esse mesmo episódio e ando à procura de alternativas que me façam sentir segura. Talvez a meditação ajude...

    THE PINK ELEPHANT SHOE

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    1. Conheço bem essa sensação de medo, é algo que nos atormenta. Mas com ajuda certa é algo possível de controlar e superar.
      Espero sinceramente que este post te ajude de alguma forma. Se quiseres mais dicas ou sugestões diz, tenho todo o gosto em te ajudar :)

      Beijinho grande*

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  2. Felizmente não tenho medo de voar. Ufa. :)

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