Sorrisos Partilhados #1 - Impacto das redes sociais nas nossas vidas

É rara a pessoa que nos dias de hoje não está presente em alguma plataforma social online, quer seja facebook, instagram, twitter ou qualquer outra. Qual o impacto desta nova sociedade na nossa vida?

Quem melhor para nos falar sobre este assunto que duas pessoas para quem as redes sociais ocupam parte do seu dia-a-dia?

São vários os estudos de marketing e publicidade que nos dizem que as plataformas digitais estão em ascensão e que o futuro está implícito nelas. Surgem como a forma mais rápida e acessível de gerar conteúdos, gerar impacto, transmitir mensagens e influenciar opiniões nos consumidores.

Por outro lado, temos os estudos na área da saúde e psico-comportamento que relatam o uso abusivo e dependência das redes sociais, neste sentido, também ouvimos falar em ciberbullying e o impacto negativo do mesmo que, consequentemente, influencia a vida social de cada pessoa.  Até já existe o termo Phubbing, que se direciona ao ato de ignorar alguém, usando como desculpa um telefonema, mensagem ou outros através de um smartphone.

Na nossa opinião é preocupante existir já definições para definir a falta de relações humanas devido à internet. E contra mim falo (Tatiana), pois a verdade é que se num passado recente não hesitava em responder a uma mensagem estivesse onde estivesse ou com quem estivesse, hoje em dia, sempre que estou a confraternizar com amigos ou família faço cada vez mais questão de manter os telemóvel na mala (faço esta imposição a mim mesma - mesmo que por vezes não seja fácil cumpri-la), pois o mundo online pode esperar enquanto dou atenção aos meus e desfruto do momento.

A verdade é que numa sociedade cada vez mais ciber-socializada, também começa a despertar a consciência para a importância da relação física e para o estar presente por inteiro em cada momento que é vivido com as pessoas da nossa vida, por isso, faz cada vez mais sentido a expressão:

 "Desliga-te das redes sociais, e liga-te ao Mundo"

A Helena Batista, autora do blog Dreams of a Princess, confessa que "este é um tema que tem tanto que se dizer". Revela-nos que "visitar/navegar nas redes sociais é algo que faz parte do meu quotidiano, há uma quantidade considerável de tempo. Óbvio, como todas as coisas, este mundo das redes sociais está repleto de coisas boas e menos boas, ou mesmo até más. Menos boas, porque podemos encontrar de tudo um pouco nas redes sociais. O aparecimento deste meio de comunicação já fez vários adolescentes desaparecem, deu aso a divórcios, assaltos a casas, entre outros. Por isso, também sou da opinião que, devemos ser muito seletivos naquilo que partilhamos, quando escolhemos partilhar e com quem partilhamos.

Mas, também tem o seu lado bom. Falar com aquele familiar que mora a mais de 1000km de nós, ou ficar a conhecer por fotografias todo um planeta bonito que temos."

Enquanto blogger a Helena está "mais presente no facebook e instagram, contudo também tenho twitter, pinterest, vero. Contudo algumas destas apenas uso para partilha de posts que escrevo no meu blog". A nível mais privado revela usar as "redes sociais para falar com familiares e amigos, partilhar conteúdos que goste, informar-me, reforçar conhecimentos, debater opiniões ou às vezes simplesmente matar a curiosidade daquela pequena “fofoquinha”".

Respondendo à pergunta: "Conseguias viver sem redes sociais?", diz-nos que "talvez, mas os primeiros tempos seriam “difíceis”, pois (em jeito de confissão, revela que) todo este mundo acaba por ser viciante e dou por mim a acordar e das primeiras coisas que faço é pegar no telemóvel e ver o que se “anda a passar”".

Já a Juliana Ferraz, autora do blog The FIT word revela-nos que, na sua opinião, "sem dúvida que as redes sociais têm um forte impacto nas nossas vidas, mas a importância e o peso que têm só dependem de nós."

A Juliana tem bem presente a distinção entre a sua vida privada e a utilidade das redes sociais enquanto meio profissional, diz-nos encarar a sua "presença nas redes sociais como trabalho, um meio para atingir um fim. Claro que tens de colocar muito de ti nas partilhas que fazes, principalmente quando estás a desenvolver a tua marca pessoal, como eu tenho vindo a fazer com o “the FIT word”, no fundo é uma linha muito ténue que separa as duas coisas mas que, no meu caso, faço questão que exista. Para mim as partilhas são fundamentais, mas expor a minha vida a um nível extremamente pessoal sempre esteve fora de questão."

Contudo, dentro desta distinção entre o pessoal e o profissional, ressalta a questão: "Como fazer para separar as coisas sem perder a genuinidade?", segundo a Juliana é simples "Se os sentimentos que transmito são verdadeiros e se por vezes mesmo transparentes, porque afinal, amo o que faço, por outro lado não partilho fotos da minha intimidade ou da minha família. Para mim sempre foi bem claro que jamais iria expor as minhas pessoas para divulgar a minha marca. No fundo para mim as redes sociais são o espaço para ser eu própria, para partilhar as minhas paixões, mas sem deixar que a minha vida seja invadida."

Contudo apesar de ela ter esta "linha que separa" os dois mundos, a verdade é que graças às redes sociais  "já conheci, e todos os dias conheço, pessoas fantásticas e inspiradoras e isso sim, acaba por ter impacto em todas as vertentes da minha vida, seja pessoal ou profissional.”

Em jeito de curiosidade, o relatório “La sociedad de la información en España” (artigo completo aqui) deixa claro que mais de metade dos utilizadores de internet desconfiam das marcas que não têm presença nas redes sociais. É caso para dizer que, se não tens redes sociais, não existes.

A tendência para a partilha de informação em massa é indiscutível. O relatório também refere que as plataformas conseguem proporcionar-nos a "voz" que precisamos para apresentar à sociedade ideias diferentes, partilhar culturas e contextos assimétricos, proporcionando um mundo mais justo.

Se estudarmos todo este universo de uma forma construtiva, encontramos a melhor forma de conseguir o êxito. Desfrutemos desta nova era protagonizada pelas redes sociais da melhor forma e caminhemos no sentido de descobrir tudo o que nos traz. Porque, na verdade, o problema da sociedade não é a tecnologia, mas a relação que temos com a mesma.

A verdade é que enquanto bloggers, viver no mundo digital, estar presente em diferentes redes sociais, conectarmo-nos com marcas, comunicar com os nossos seguidores é cada vez mais impreterível. Sinceramente, quando iniciamos a ideia de ter o Sorrir e Sonhar por Mais apenas pensámos no projeto enquanto blog, mas rapidamente percebemos que teríamos que o alargar às diferentes redes sociais, ou seriamos "esquecidas" no meio de tantos outros ou, pelo menos, seria muitíssimo mais difícil chegar ao nosso público-alvo.

Já em relação à parte pessoal, eu Tatiana tenho apenas Facebook, é a única rede social em que podem encontrar eventos, opiniões e memórias da minha vida privada. Confesso que já fui muito mais presente e já tive muito mais vontade de partilhar tudo e mais alguma coisa lá. Hoje em dia, não sei se pela idade (sim estou super velha!) ou pela mudança de mentalidade continuo a partilhar momentos, mas de forma mais contida.

Não é por ter medo da exposição, mas apenas porque prefiro desfrutar do momento e manter resguardadas certas coisas apenas para mim e para os meus. Mas não dispenso de, por vezes, fazer algumas declarações ao marido, família ou amigos, bem como, alguns desabafos.

Enquanto blogger estou presente, também, no Instagram em nome do Sorrir Sonhar por Mais onde partilho alguns os momentos da minha vida que fazem sentido no conceito do blog. 

Chegamos à conclusão que é um pouco como tudo na vida, ou seja, desde com conta peso e moderação tudo é permitido. As redes sociais são úteis e benéficas quando usadas de forma consciente.

Já eu, Cláudia, desde sempre tive curiosidade sobre as  várias redes sociais, tendo chegado a ter twitter, facebook e instagram, mas deixei a primeira de lado desde cedo porque simplesmente não me identificava. Contudo, mesmo tendo há bastantes anos as plataformas mais utilizadas, nunca fui de partilhar muitas coisas nas mesmas, resumindo a minha atividade a situações muito pontuais (no que respeita a partilhas mais privadas) e conteúdo com o qual me identifico, nomeadamente textos que me inspiram a ser melhor. Considero, no entanto, que sempre fui muito presente nas mesmas, apesar de não expôr muito de mim e, por este motivo, considero que tenho uma relação bastante equilibrada com as redes sociais de forma geral. Agora, com o blog, sinto que tenho partilhado até mais do que o habitual, mas sem entrar demasiado na esfera pessoal o que, para mim, é essencial.

Se me perguntarem se consigo ter momentos em que abdico do meu telemóvel e das redes sociais para os viver ao máximo, respondo-vos com sinceridade que tenho muita dificuldade nisso, mas estou a trabalhar cada vez mais - tal como a Tatiana - para aproveitar na sua plenitude o meu tempo com os meus.

Portanto, considero que o importante é mesmo conseguir manter um equilíbrio entre as várias componentes da vida, uma vez que as redes sociais já ocupam grande parte da sociedade e, quanto a isso não há muito a fazer, a não ser relembrarmo-nos que nos cabe somente a nós "controlarmos" o seu impacto na nossa vida.


Relativamente a este tema, tendo em consideração ter sido o primeiro da rubrica Sorrisos Partilhados em que pedimos a colaboração de várias bloggers, esperamos que tenham gostado do conteúdo partilhado. Até porque é algo que nos permite ter perspetivas bastante distintas dependendo de quem somos e com quem interagimos e, como tal, esperamos que tenham gostado.

Qual a vossa opinião acerca do tema? Têm sugestões sobre outros temas que gostassem de ver aqui falados na nova rubrica? 💓